terça-feira, 23 de junho de 2015

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE ou DIGAMOS 8/80

Eu sou fracassada, tenho preguiça de viver e ligo para o que as pessoas pensam de mim, e para o que elas falam de mim. Eu sou confusa, mas não consigo lidar com pessoas confusas, e ás vezes, eu ajo de maneira egoísta, e sei disso. Eu prefiro as coisas feitas à minha maneira, embora se envolver outra pessoa, eu me sinto muito angustiada caso a minha maneira não seja a maneira dela mesmo que ela faça da minha maneira, porque eu gostaria que fosse verdadeira. Eu guardo rancores. Eu fujo da vida, e fujo das pessoas. Sou escorregadia, e, ás vezes, dissimulada. Eu até que gosto da minha situação de fracasso e desocupação, porque é confortável para alguém que não tem capacidade. Eu não tinha capacidade, ao menos, nenhuma capacidade inteira; sempre faltam pedaços. Eu tenho uma luta interna, provavelmente desde sempre, contra a parte da minha essência que eu aprendi ser algo fútil, porque eu não quero ser fútil, mas eu sou fútil. Eu sei que há pessoas mais bonitas estaticamente do que eu, e sofro com isso, por algum motivo que eu desconheço, e me sinto culpada por sofrer por isso. Eu me sinto culpada por muitos dos meus sofrimentos. Eu culpo outras pessoas, muitas vezes até distorcendo as situações, pelas coisas que eu me sinto culpada, porque eu preciso ser alguém que não se tem do que surpreender. Eu tenho uma necessidade muito forte de ser considerada uma pessoa admirável e desprovida de características que poderiam ser vistas como desprezíveis, e realmente sofro que, na realidade, eu não sou. Eu até tento não julgar as pessoas, afinal, não se deve julgar as pessoas, porque isto demonstra fraqueza e arrogância, mas eu não consigo deixar de julgar. Aliás, eu sou isso, eu sou fraca e arrogante, sou intolerante, e sou dissimulada. Provavelmente muitos dos meus “ defeitos “ se devem ao fato de que a bondade do meu coração é verdadeira, mas isto não me torna de fato uma pessoa boa, porque a bondade do meu coração não é a única coisa que me constitui. Ás vezes, eu de fato tenho vontade de machucar as pessoas, e consigo. Eu não me arrendo de machucar as pessoas. Se há algum sofrimento nisso, é o de eu sentir, por algum motivo, que preciso machucar as pessoas. E confesso também que não me sinto culpada por não me arrepender de machucar as pessoas. Eu não tenho argumentos. Muitas vezes, eu não raciocínio direito. Muitas vezes, eu faço coisas que sei que não deveria fazer, e que eu poderia fazer e ainda assim me defendo que eu não seria capaz de fazer o contrário, quando eu apenas não quero fazer o que eu deveria fazer. Ás vezes, eu manipulo as pessoas. São manipulações “ pequenas “, situações, com o intuito de me sentir confortável, ou não me sentir desconfortável. Eu quero que as pessoas se sintam compadecidas pela minha situação. Eu me satisfaço quando as pessoas se sentem assim.

Um comentário:

  1. Por outro lado, você tem a gigantesca e admirável coragem de, com tamanha sinceridade, expor tudo isso, o que, ao menos para mim, que entrei aqui casualmente, é digno de aplausos.
    GK

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