Eu nunca me dei bem com a VIDA e muito menos com a MORTE e por isso eu vivo com as duas, as vezes eu prefiro aqueles que se machucam do que aqueles que machucam os outros, e contrariamente do que as pessoas imaginam tenho motivos pra me machucar sim:
1 - eu me corto porque é um alivio, não é pra manipular os outros,
2- contrariamente ao que parece eu não me corto pra chamar atenção,
3 - os cortes não são pra me matar embora haja risco de suicídio; principalmente se eu me sentir enjaulada. A gente faz as coisas e depois é nosso corpo que sente, tudo o que a gente faz fica marcado na nossa matéria, a gente deixa na pele o que a gente quer o que os outros vejam, e isso se resume em uma CRISE EXISTENCIAL, UMA DOR PROFUNDAMENTE PENETRÁVEL NA ALMA. O problema é eu sempre confundo o nada geral com o meu vazio.
O bom da vida é quando você não tem nada a perder, quando se aceita que um dia ela acaba, o maior dom do homem é sua capacidade pro suicídio, se algo não serve a gente pode ir embora. Pra algumas pessoas a pior parte de um enterro é o fato delas não serem capazes de sentir nada; nenhuma emoção. Um suicídio pode ter exatamente tantos motivos quanto um ato de bondade, então onde está o problema ? No sentido talvez.
Tirei a conclusão que sou uma versão atual do divino e do demoníaco, eu incorporo um principio dos dois. Quando eu corro as vezes eu tento me equilibrar naquela linha que divide a pista e eu corro com dificuldade porque eu não quero pisar fora da linha; não quero pisar nem de um lado nem do outro e ai eu imagino que essa linha é o topo de uma longa cadeia de montanhas, e que pra direita ou esquerda existe um abismo. Se você acredita que a vida se trata de uma linha desenhada em uma pista plana você fica calmo, seguro, mas se você pensar que você estar numa linha que divide dois abismos você começa a tremer porque você percebe que você estar constantemente correndo perigo de vida. Eu tenho consciência desse abismo, e tenho um problema de nascença de que eu nunca esqueça desse abismo, mas não sei se isso é demoníaco ou divido, ou humano.
Não posso esquecer quem eu sou, sou filha do nada, eu sou um monstro disfarçada de ser humano.
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